O Rio Capibaribe é um dos rios do estado de Pernambuco, no Brasil. Seu nome deriva da língua tupi - Caapiuar-y-be ou Capibara-ybe (ou ipe) - e significa rio das Capivaras ou dos porcos selvagens.
Nasce na Serra de Jacarará, no município de Poção, próximo da divisa de Pernambuco com a Paraíba (dos municípios de Jataúba e Poção). Possui cerca de 74 afluentes e banha 42 municípios pernambucanos, seu curso tem cerca de 270 quilômetros e sua bacia, aproximadamente, 5.880 quilômetros quadrados, entre eles Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Limoeiro, Paudalho, São Lourenço da Mata e o Recife.
Seu curso é dividido em três partes: o alto e o médio curso, situados no Polígono das Secas, onde o rio apresenta regime temporário (cheio sazonalmente); e o baixo curso, quando se torna perene a partir do município de Limoeiro, no agreste do Estado, sendo Navegável no verão até dois quilômetros acima de sua foz por canoas e botes, no inverno torna-se tão caudaloso que às vezes provoca enchentes e estragos nas áreas ribeirinhas dos município do interior.
O seu percurso no município do Recife, até o local onde ele se bifurca, passa por vários bairros : Várzea, Caxangá, Apipucos, Monteiro, Poço da Panela, Santana, Casa Forte, Torre, Capunga, Derby, Madalena. Quando se bifurca o seu braço norte encontra-se com o rio Beberibe atrás do Palácio do Campo das Princesas e deságua no mar. Seu braço sul, passa por Afogados, Ilha do Retiro, rumo a Ilha Joana Bezerra, juntando-se ao rio Tejipió e tendo a sua foz em pleno porto do Recife, alguns quilômetros da foz do braço norte.
O Capibaribe tem grande importância histórica e social na formação e no desenvolvimento de Pernambuco e da região Nordeste do Brasil. Foi denominado de rio-ponte por ter sido, na época colonial, um significativo elo entre a cultura da cana-de-açúcar (devido ao seu solo massapê, próprio para o cultivo) da zona da Mata pernambucana e os currais do Agreste e do Sertão onde se desenvolvia a pecuária. O Rio Capibaribe também dá nome ao Clube Náutico Capibaribe, que nasceu em 1901 às suas margens como um clube de remo, mas o nome "Náutico" prevaleceu como nome principal.
No século XVI, falava-se muito na gente da várzea do Capibaribe. Foi essa várzea, na paisagem colonial brasileira, a primeira a povoar-se de feitores, lavradores de cana-de-açúcar e senhores de engenhos que deram origem aos conjuntos de casas-grandes ligadas pela água do rio e pelo sangue dos colonos. Foi na várzea do Capibaribe onde primeiro se consolidou a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste, devido ao tipo de solo, o massapê, terra vermelha e fértil, própria para a agricultura canavieira. A agricultura e a pecuária desenvolvida às margens do Capibaribe muito contribuiu para a evolução do estado de Pernambuco, que não se deu apenas do centro para a periferia, mas também dos engenhos para o centro comercial.
No século XIX, havia alguns locais no Recife, onde as pessoas tomavam banho no Capibaribe e veraneavam às suas margens como, na Várzea, Poço da Panela, Ponte de Uchôa e Monteiro. Podiam ser vistas canoas deslizando ao longo do rio, impulsionadas por canoeiros com remos ou varas, que utilizavam o rio para transportar pessoas, objetos e mercadorias.
Apesar da sua grande contribuição para o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Pernambuco e do Nordeste, hoje o Capibaribe encontra-se poluído e bastante degradado pelo assoreamento e poluição devido os dejetos orgânicos, lama, dejetos de matadouros, lixões, bem como esgotos urbanos e industriais. As cheias sempre foram constantes na cidade. Entretanto, entre os anos de 1965 e 1975 várias e seguidas cheias causaram grandes prejuízos à economia local. Estas só foram finalizadas com a construção de barragens que estabilizaram o leito em períodos mais chuvosos.
Além de ter sido fundamental para o desenvolvimento da região, o rio Capibaribe também foi uma grande fonte de inspiração para poetas e escritores.
O rio está ligado da maneira mais íntima à história da cidade. O rio, o mar e os mangues. Assassinatos, cheias, revoluções, fugas de escravos, assaltos de bandidos às pontes, fazem da história do Capibaribe a história do Recife.
(Gilberto Freyre, Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife,1942).
Dia nítido lavado pelo Capibaribe,
O rio ninando o Recife,
O Recife criança em seus braços

(Mauro Mota, Domingo no Recife. In: Elegias, 1952)